quarta-feira, 27 de abril de 2022

Carnaval x religião: os desfiles que causaram reações de conservadores


 A mistura de Carnaval com religião é motivo de conflito há alguns anos. O uso de imagens sacras e símbolos religiosos já gerou atrito entre escolas de samba e comunidades - geralmente a Igreja Católica.

De censura ao Cristo Redentor a Lúcifer vencendo Jesus Cristo, relembre alguns desfiles de escolas de samba que causaram reações de conservadores.

Beija-Flor (1989)

Em 1989, com o enredo "Ratos e urubus, larguem minha fantasia!", a Beija-Flor fez um desfile emblemático com uma réplica do Cristo Redentor coberta com plástico preto após sofrer censura da Igreja Católica — a Justiça proibiu a escola de exibir a imagem após acolher uma ação do arcebispo do Rio, d. Eugenio Sales.

"Mesmo proibido, olhai por nós", dizia uma faixa ao redor da imagem coberta.

Unidos da Tijuca (2000)

Em mais uma interferência no Carnaval, a Igreja Católica tentou impedir na Justiça a exibição de uma imagem de Nossa Senhora da Boa Esperança no desfile de 2000 da Unidos da Tijuca.

Na ocasião, a escola apresentou apenas a silhueta da santa recortada no carro alegórico.

Grande Rio (2004)

Atendendo ao Juizado da Infância e Juventude, a Grande Rio cobriu dois carros alegóricos de seu desfile de 2004 — um com Adão e Eva e outro com as posições do Kama Sutra.

O enredo daquele ano era "Vamos vestir a camisinha, meu amor!". Na época, Joãosinho Trinta — mesmo carnavalesco responsável pelo desfile de 89 da Beija-Flor — lamentou a decisão:

"Quando escolhemos o enredo sobre a camisinha, prevíamos problemas com a Igreja Católica, que é contra seu uso, mas contamos com o apoio do Ministério da Saúde e da ONU, que nos mandou carta parabenizando pela campanha em prol do uso da camisinha", disse.

Beija-Flor (2005)

Em 2005, a Beija-Flor preparou um desfile sobre as missões jesuíticas no Rio Grande do Sul. Para isso, um passista representando Jesus Cristo seria açoitado à frente de um dos carros alegóricos.

Porém, a Igreja Católica protestou e a escola de samba alterou a ideia original da apresentação.

Viradouro (2008)

Carro alegórico coberto por plástico preto já não era mais novidade no sambódromo em 2008, mas a Viradouro quase repetiu a história. Naquele ano, a escola desfilaria com um carro alegórico sobre o Holocausto, com representações de pessoas mortas.

Após a comunidade judaica protestar contra, o tema do carro foi substituído por faixas contra a censura e passistas com as bocas amordaçadas.

Gaviões da Fiel (2019)

A comissão de frente do desfile de 2019 da Gaviões da Fiel de 2019 representava a luta contra o pecado e a traição, mas mostrava em encenação um Lúcifer vencendo Jesus Cristo.

A representação foi considerada desrespeitosa por entidades cristãs e virou até processo na Justiça.

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