O MDB terá mais dois ministérios no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), além da senadora Simone Tebet (MS): Transportes, com o ex-governador e senador eleito Renan Filho (AL), e Cidades. O pleito é uma demanda antiga da legenda, que brigava para assumir duas vagas. Alas do partido defendem que a de Tebet seja contabilizada como da cota pessoal de Lula.
O martelo foi batido em reunião de lideranças do MDB com o presidente eleito ontem, disseram integrantes da legenda ao GLOBO. Mas uma disputa interna na bancada do partido na Câmara, a quem coube a indicação para a pasta das Cidades, pode acabar sendo resolvida com a indicação de Tebet para o Ministério das Cidades, e não para o do Meio Ambiente, como prefere o PT.
Embora tenha despontado como favorito, o deputado federal José Priante (PA) sofre a resistência do clã Barbalho. O governador reeleito Helder Barbalho (PA), se reunirá nesta sexta-feira com o líder do partido na Câmara, deputado Isnaldo Bulhões Jr (AL), para tentar chegar a um consenso. Caso a conversa não prospere, quem será indicada, garantiram fontes ao GLOBO, será Tebet.
Na reunião com a cúpula emedebista, Lula garantiu que Tebet será sua ministra. Mas afirmou que vai oferecer à senadora os ministérios do Meio Ambiente ou do Planejamento. Tebet já indicou a aliados que, entre as duas pastas, prefere a do Meio Ambiente, mas a condição é a de que a deputada eleita Marina Silva (Rede-SP) ocupe a nova função de comandante da autoridade climática, com status de ministra. A pasta da Cidade não estava no xadrez. Tebet e Lula se encontram hoje para decidir qual pasta a senadora ocupará.
Tebet resistia a aceitar o Meio Ambiente justamente por conta de sua proximidade com Marina, que se deu no segundo turno das eleições. Mas acabou cedendo à ideia após pressão do PT e de empresários que apoiaram a terceira via. Na reunião da última quinta-feira, o presidente eleito também sinalizou, ao contrário do que defende o presidente do partido, deputado federal reeleito Baleia Rossi, (SP), que a indicação de Tebet entrará em sua cota pessoal, inclusive para não ser cobrado por outros partidos pelos três ministérios dados ao MDB.
Capacidade de entrega
Segundo emedebistas ouvidos pelo GLOBO, a escolha de Renan Filho, filho de Renan Calheiros, para Transportes teve como pano de fundo o bom desempenho de Alagoas no setor. O estado, que foi governado pelo senador eleito em duas ocasiões, já foi classificado pela Confederação Nacional de Transporte (CNT) como o líder no ranking das melhores rodovias públicas do país.
Além disso, integrantes do MDB entendem que a pasta poderá trazer projeção ao senador. Lembram que Transportes fica hoje no guarda-chuva do Ministério da Infraestrutura, que foi comandado pelo governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Renan Filho chegou a ser sondado pelo PT para ocupar o Ministério do Planejamento, a pedido do futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A ideia, porém, não agradou à bancada emedebista do Senado, que desejava uma pasta com “ação política”, requisito que Transportes atende. Emedebistas sempre tiveram foco em assumir pastas com orçamentos robustos e que tenham o que chamam “capacidade de entrega”, como Cidades. (O Globo)
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